Inícios de 2008 na Europa. Este “Tratado de Lisboa” é o pacto de uma nova geração de líderes recentes. Merkel, Sarkozy, Sócrates, todos surgidos e afirmados nos últimos três ou quatro anos. Realistas, pragmáticos, minimalistas e determinados. O “tratado” é à sua imagem e confirma uma nova estética política europeia. Nada a ver já com o século XX. A cimeira euro-africana foi o início de um processo negocial decisivo para as relações entre os dois continentes. Êxito face à situação herdada por esta presidência portuguesa mas insuficiente face à vasta, sólida, bem municiada e muito cínica ofensiva chinesa. Criou um quadro prometedor para 2008. A conjuntura terrorista na parte ocidental do Norte de África, o Magrebe, marca o início de um tempo em que o principal teatro de operações da Al-Qaeda parece ter-se deslocado para a fronteira sul portuguesa, quase nas praias do Algarve (e da Andaluzia) e a uma hora de voo de Lisboa. Inícios do próximo 2008 ainda antes deste Natal.
Início no Kosovo do seu processo de independência. Vinte e dois dos 27 Estados da União, incluindo Reino Unido, França, Alemanha e Itália, parecem prontos a reconhecer esta independência, com apoio dos EUA e oposição radical da Rússia. Eslováquia, Roménia, Chipre, Grécia e Espanha estarão contra. A próxima presidência europeia da Eslovénia vê o processo com bons olhos e deseja que “um adequado grupo de Estados” o apoie, enquanto a França quer resolver o “grande problema” na segunda metade de 2008.
Início na China da sua projecção como potência global. Pequim apresentou-se na Conferência de Bali com uma posição própria e alternativa às propostas ocidentais. Recusa os cortes obrigatórios, reivindica o crescimento da sua poluição, responsabiliza os ocidentais e aconselha-os a reduzir as emissões e a adoptar estilos de vida mais ligeiros.
José Mateus, Consultor em Inteligência Competitiva
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